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domingo, 15 de setembro de 2013

Consuma cálcio ao praticar atividades físicas

O cálcio é o principal mineral envolvido na formação da massa óssea, é também essencial para a coagulação sanguínea, agregação plaquetária e apresenta papel especial na contração muscular. Sua absorção ocorre no intestino delgado, sendo absorvidos cerca de 20 a 30% do que é ingerido. Em condições de consumo inadequado deste mineral, o cálcio esquelético é lançado na corrente sangüínea para prevenir os desequilíbrios nutricionais, gerando um balanço negativo na remodelação óssea.
A recomendação de ingestão adequada (RDA) de cálcio é igual para homens e mulheres, e equivalem a 1300mg para mulheres e homens de 9 a 18 anos; 1000mg para adultos de 19 a 50 anos, e 1200mg para indivíduos a partir de 50 anos. As principais fontes alimentares deste mineral são: semente de gergelim, quinua, folhas verdes escuras como a couve e o brócolis. Em alguns casos pode-se utilizar suplementos de cálcio, como cápsulas de dolomita (rocha calcária), concha de ostra e carbonato de cálcio.
Assim como os músculos, os ossos permanecem fortes com a prática de exercícios regulares. A manutenção da massa óssea, ou sua hipertrofia, parece estar relacionada não só com a contração muscular, mas também com a ação da gravidade e com o estresse mecânico a que o osso esta submetido.
Exercícios com pesos ou aqueles em que o indivíduo tem que suportar o peso corporal são mais eficientes para o estímulo da atividade osteoblástica, ou seja, estímulo para a síntese da matriz óssea e para impregnação de íons cálcio e fosfato na mesma. Estudos mostram que o treinamento de força muscular de alta intensidade realizado 3 vezes na semana, durante o período de um ano, promove o incremento de duas gramas no conteúdo total de mineral ósseo no mesmo intervalo de tempo.
O sarcômero é um dos componentes básicos do músculo estriado que permite a contração muscular. Cada sarcômero é constituído por um complexo de proteínas, entre as quais actina e miosina, alinhados em série para formar uma estrutura cilíndrica designada miofibrila, no interior das células musculares. O cálcio desempenha importante função na liberação do sítio ativo de pontes cruzadas actina-miosina durante a contração muscular, e por isso representa um nutriente essencial na prática esportiva.
A sarcopenia, perda degenerativa de massa muscular e conseqüentemente de força, esta associada à osteoporose, que pode ser desencadeada pela baixa ingestão de cálcio. Na atividade esportiva, a diminuição da massa muscular não é desejável, e neste sentido, o cálcio teria a função de preservação e manutenção da massa magra.
Alguns estudos realizados em ratos demonstram a relação cálcio e atividade física sobre depleção de glicogênio em exercício de força. Essas evidências demonstram que a depleção de glicogênio poderia resultar na incapacidade de reabsorção do cálcio pelo retículo sarcoplasmático. Esta deficiência esta relacionada à incapacidade das bombas de cálcio funcionarem corretamente, devido ao esgotamento das reservas de ATP.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Classe social influi no acesso a alimentos saudáveis

Da Assessoria de Comunicação da Faculdade de Saúde Pública
Na cidade de São Paulo, existem diferenças no acesso a alimentos saudáveis. Pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mostra que estabelecimentos de comercialização de alimentos localizados em bairros de maior nível socioeconômico apresentaram um maior número de opções saudáveis, quando comparados a estabelecimentos similares, mas localizados em áreas de menor nível socioeconômico.
Classe social influi no acesso a alimentos saudáveis
Quanto maios o nível socioeconômico, maiores as opções de alimentos saudáveis
A pesquisa Ambiente alimentar urbano em São Paulo, Brasil: avaliação, desigualdades e associação com consumo alimentar foi realizada pela doutora em Nutrição em Saúde Pública Ana Clara Duran. Sob orientação da professora Patricia Constante Jaime, a pesquisadora estudou estabelecimentos de comercialização de alimentos — restaurantes, lanchonetes, pequenos mercados de bairro, supermercados, feiras-livres e outros que comercializassem alimentos em 13 distritos da capital paulista. O acesso a alimentos saudáveis foi medido a partir de indicadores que reuniram informação sobre disponibilidade, variedade, qualidade, preço e propaganda de alimentos: frutas e hortaliças, refrigerantes e outras bebidas açucaradas, salgadinhos e biscoitos recheados.
Segunda etapa
Em uma segunda etapa da pesquisa, a pesquisadora entrevistou 1.842 adultos residentes nos mesmos distritos acerca do consumo dos mesmo alimentos estudados (frutas e hortaliças, refrigerantes e outras bebidas açucaradas, salgadinhos e biscoitos recheados), comportamento de compra de alimentos e dados demográficos e socioeconômicos.
Com tais informações foi capaz de analisar a associação entre aspectos do ambiente alimentar próximo à residência — disponibilidade, variedade, qualidade, preço e propaganda de alimentos — e consumo de frutas, hortaliças e bebidas açucaradas. Para isto utilizou análises estatísticas — modelos multiníveis — ajustadas para dados individuais.
Após ajustes para medidas individuais de sexo, idade, educação e renda, preços altos de bebidas açucaradas em regiões mais pobres de São Paulo foram associados a uma menor chance de consumi-las; enquanto a associação foi inversa nos bairros mais ricos da cidade. Viver próximo a mercados e outros estabelecimentos com disponibilidade de frutas aumentou em cerca de 50% a 70% a chance dos moradores de consumirem frutas em cinco dias ou mais na semana.
Considerando tais resultados a pesquisadora concluiu haver diferenças no acesso a alimentos saudáveis em São Paulo, favorecendo as regiões da cidade de nível socioeconômico mais alto. Ademais, aspectos do ambiente alimentar foram associados ao consumo de frutas e bebidas açucaradas. Políticas públicas e intervenções com o objetivo de diminuir as desigualdades de acesso da população a alimentos saudáveis devem considerar o impacto de aspectos do ambiente alimentar — disponibilidade, preço, variedade e qualidade de alimentos saudáveis e não saudáveis.
A pesquisa foi apresentada na FSP no dia 30 de julho de 2013.
FONTE Agência USP de Notícias